Ibama interrompe caçada com cães e cavalos no interior de Mato Grosso
Uma ação de fiscalização ambiental, localizou acampamento de caça e pesca, na área de preservação permanente do rio São João, no município de Ribeirão Cascalheira, distante 900 km de Cuiabá. Foram apreendidos 57 cães de caça, da raça Foxhound, e nove pessoas foram autuadas por caça e pesca ilegal.
Agentes do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Secretaria Estadual de Meio Ambiente(Sema/MT), com o apoio da Polícia Militar, partiram de Barra do Garças em direção ao rio das Mortes ao receberem a informação de que caminhões com cavalos e cachorros estavam se dirigindo para a região da Terra Indígena Pimentel Barbosa. Verificando áreas de fiscalizações anteriores, as equipes chegaram ao interior da Fazenda Barra do Dia onde localizaram um grande acampamento com 11 homens, 08 cavalos e 57 cães de caça.
O grupo era composto por empresários, de Minas Gerais e São Paulo, e um policial militar paulista aposentado. Eles detinham uma grande estrutura contendo caminhões, caminhonetes, barco com motor, armamento, petrechos de caça e pesca, além de rastreadores (pessoas pagas para monitorar e informar sobre a presença de fiscais). Além de uma grande tenda havia 15 barracas individuais, que indicavam a existência de outros 6 caçadores, que não foram localizados no ato fiscalizatório.
No acampamento foram encontradas partes de peixes e de animais silvestres, além de fotografias mostrando um cervídeo abatido sendo devorado por cães, sob os olhos de caçadores em cavalos e motocicleta.
A Lei 5.197/67, conhecida como Lei de Proteção a Fauna, proibiu a utilização, perseguição, destruição, caça ou apanha de espécimes da fauna silvestre há quase 50 anos. Segundo Leandro Nogueira, gerente executivo do Ibama em Barra do Garças, “Infelizmente a prática da caça esportiva ainda é recorrente no país. Enquanto o turismo de observação de aves e de onças cresce de maneira sustentável, alguns empresários ainda preferem organizar o nocivo turismo de caça”. “Estamos monitorando as áreas de caça e não daremos trégua a esse turismo predatório”, conclui Nogueira.
O grupo ensejou em crime ambiental passível de detenção de seis meses a um ano, e multa. A equipe de fiscalização os conduziu para a autoridade policial para apuração do indicativo de prática de crimes ambientais e porte irregular de armamento.
Por não possuírem carteira de pesca, profissional ou amadora, os integrantes do grupo foram autuados por pesca sem licença, e foi feita a apreensão do barco com motor, varas de pesca com carretilhas e demais petrechos.
Os responsáveis pela fazenda deverão ser responsabilizados por permitir atividades ilegais em sua propriedade e, se comprovado, por participação direta na realização da atividade.
O Ibama continuará o monitoramento da região para impedir novos ilícitos. A população também pode fazer denúncias ao órgão pelo e-mail linhaverde.sede@ibama.gov.br ou por ligação gratuita: 0800 61 8080.
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