Mãe e filha receberam dinheiro de 20 empresas em Mato Grosso
O delegado Gianmarco Paccola Capoani da Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) afirmou que as duas mulheres, mãe e filha, presas no último dia 4 de novembro, em Cuiabá, por usarem nome de instituições públicas, ONGs e de um deputado estadual para arrecadar recursos, receberam dinheiro de 20 empresas do Estado. O montante, porém, não foi contabilizado.
As duas foram soltas na última semana, após entrarem com pedido de liberdade na Justiça.
Elas se passavam por funcionárias da Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e usavam o nome do órgão e do deputado estadual Pery Taborelli (PV), da Polícia Militar e do Corpo do Estado para pedir dinheiro das empresas.
As suspeitas afirmavam às vítimas que o dinheiro seria utilizado para campanhas de divulgação ambiental.
A mãe, seria funcionária da Câmara de Cuiabá. Em nota, no entanto, o Legislativo afirmou que a mulher foi exonerada em janeiro de 2015.
O delegado afirmou que a investigação sobre caso ainda está em andamento. Conforme ele, quatro empresários da Grande Cuiabá já foram ouvidos. Os empresários de outras cidades prestarão depoimentos através de carta precatória.
Ao final do inquérito as duas poderão responder criminalmente pelos crimes de estelionato e formação de quadrilha.
“Para cada empresa, as suspeitas pediam um valor de R$ 1 mil. Mas existem casos de empresários que doaram mais e outros menos”, afirmou.
O delegado não descartou a possibilidade de outras empresas terem sido vítimas das acusadas. Ele pediu para que os empresários que passaram por essa situação procurem a delegacia.
A prisão
Conforme a Polícia Civil, as duas foram presas em flagrante após deixarem um frigorífico no município de Várzea Grande.
Elas estavam na posse de um cheque no valor de R$ 500 e um recibo de outra empresa no valor de R$ 300.
A dona do frigorífico confirmou ao delegado Gianmarco Paccola Capoani que as mulheres se identificaram como funcionárias da Sema e que enviaram um e-mail solicitando o apoio para uma suposta Ong de nome “Global Sol Nascente Ambiental e Ecológico”.
No endereço da entidade, no bairro Nova Esperança III, em Cuiabá, os policiais encontraram uma casa inacabada de alvenaria.
Segundo a Polícia Civil, as suspeitas usavam a Ong, criada apenas no papel, para entrar em contato com as empresas, e depois enviava e-mail, utilizando o endereço eletrônico: meioambientesema@outlook.com.
Investigação
A fraude foi descoberta a partir de uma mensagem, enviada no dia 3 de novembro, assinada pela filha, que se dizia coordenadora do projeto.
O conteúdo dizia: “conforme nos falamos estamos em uma campanha ambiental juntamente com a polícia ambiental trabalhando em um grande projeto de conscientização. Através de palestras nas câmaras municipais e escolas iremos distribuir gratuitamente em todo o estado cartilhas educativas. O seu patrocínio irá somar para que seja possível a impressão dessas cartilhas. Deputado Estadual Cel. Taborelli, Associação do Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros e Polícia Ambiental desde já agradecem a sua atenção para nosso projeto. Contamos com o patrocínio de R$ 1000,00”.
Mídia News