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Médico desabafa: “O Pronto-Socorro de Cuiabá é uma máquina de matar gente”

437f8e35eb7822e344d2c642590bfbecFalta de vontade política, de gestão eficiente, de medicamentos e de insumos básicos, assim como falta de médicos e estrutura decente, fazem do Pronto-Socorro de Cuiabá um local de horror.

Essa é a opinião do médico Osvaldo César Pinto Mendes, cirurgião-pediátrico do Pronto-Socorro, que há 33 anos atua na área pública.

“Infelizmente, o Pronto-Socorro de Cuiabá se transformou em uma máquina de matar gente. Hoje, o Pronto-socorro é uma verdadeira máquina de moer gente. Falo isso com tristeza e pesar. Infelizmente essa é a realidade”, desabafou, em entrevista exclusiva ao MidiaNews.

“Falo sem medo de errar: todos os dias morrem pessoas no Pronto-Socorro por falta de atendimento adequado, por falta de medicamentos, por falta de profissionais. É lamentável”

O mais trágico, segundo ele, é que o PS da Capital é um local de referência. “Seja rico ou pobre, se o cidadão sofrer um acidente, um trauma, por exemplo, vai ser levado para lá. Sinceramente, eu nunca vi o Pronto-Socorro do jeito que está. A piora foi absurda neste anos. Isso é algo absurdo e lamentável”, reclamou.

Segundo ele, falta sensibilidade e competência do prefeito Mauro Mendes (PSB) para controlar o caos na unidade hospitalar.

“Falo sem medo de errar: todos os dias morrem pessoas no Pronto-Socorro por falta de atendimento adequado, por falta de medicamentos, por falta de profissionais. É lamentável. Aliás, o mais lamentável é vermos a inércia do poder público”, disse.

Formado no Rio de Janeiro, ele relatou dois casos típicos, que exemplifica o drama e a impotência de quem depende do hospital.

“Na última quinta-feira (3), uma cirurgia de amputação de perna foi suspensa, porque não tinha a serra. A cirurgia não foi feita e colocou em risco a vida do paciente. Semana passada, uma criança com apendicite teve que esperar três dias para ser operada, por falta de médico no plantão. Aí, temos que entregar nas mãos de Deus”, afirmou.

De acordo com o médico, a situação é tão “vergonhosa” que, a cada dia, tem um relação afixada na parede com um “cardápio” de medicamentos.

“Ontem, por exemplo, tínhamos a lista dos medicamentos disponíveis. Parece um cardápio. Quando chegamos para trabalhar, tem uma lista: ´hoje só temos os seguintes antibióticos´. E é assim que está a situação. Cada dia falta uma coisa”, criticou.

RadioPioneira

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