Morre aos 90 anos o colunista Jejé de Oyá
Colunista social mais badalado da história cuiabana sofreu parada cardíaca na manhã desta segunda
O colunista José Jacinto Siqueira de Arruda, o “Jejé de Oya”, faleceu na manhã desta segunda-feira (11), aos 90 anos, no Pronto-Socorro de Cuiabá.
Jejé teve um súbito respiratório, chegou a ser atendido pelo Samu, mas, dentro da ambulância teve uma parada cardíaca e acabou não resistindo.
Por conta da idade avançada, sua saúde estava bastante debilitada.
Com mais de 30 anos de atividade no colunismo social e no Carnaval cuiabano, Jejé já não vivia mais no bairro da Boa Morte, na região do Centro Histórico de Cuiabá, onde foi criado pela sua família adotiva. Ele estava vivendo em uma clínica geriátrica, no bairro Boa Esperança, em Cuiabá.
Ícone cultural
Jejé nasceu em Rosário Oeste (125 km ao Norte da Capital), mas aos quatro anos de idade veio para a cidade grande, com uma família adotiva, já que sua mãe biológica, que sofria de problemas mentais, freqüentemente ameaçava sua vida.
Negro e assumidamente homossexual, Jejé enfrentou o preconceito e discriminação nas décadas de 50 e 60, na capital do Estado.
Tornou-se alfaiate e, depois, virou carnavalesco. Além de ser servidor público federal aposentado.
No entanto, foi na imprensa que deixou sua marca como colunista social, falando sobre festas, costumes e tradições do povo da região.
Jejé, desde cedo, se destacou por desafiar os padrões estabelecidos pela sociedade da época.
Suas peculiaridades e a acidez nos textos que publicavam nas colunas sociais de jornais da região, como o Diário de Cuiabá, fizeram com que seu nome ficasse marcado entre as famílias da alta sociedade, assim como entre as mais populares.
Virou uma figura folclórica ao percorrer as ruas da cidade com suas batas multicoloridas, chapéus, colares e pulseiras.
No final da década de 90, o colunista chegou a ser reconhecido como a “personalidade com a cara de Cuiabá”, em uma pesquisa realizada pelo Diário.
(Midianews)