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Preço da cesta básica não cai, e Dilma pede colaboração de empresários

A presidente Dilma Rousseff comentou, nesta sexta-feira (15), o estudo do Dieese que detectou um aumento no custo da cesta básica ao invés da redução prometida. A presidente disse que espera a colaboração do empresariado para que os preços caiam para os consumidores.

Cadê o desconto dado pelo governo? “Eu não percebi que baixou, não”, avisa uma consumidora.

Em supermercados da Grande São Paulo, o que os pesquisadores do Dieese e do Procon constataram foi um aumento médio de 0,55% nos preços da cesta básica entre a última sexta-feira e esta quinta. Deveriam ter baixado, porque, na semana passada, o governo anunciou a isenção de PIS e Cofins sobre oito produtos, entre eles carnes, café, óleo, manteiga, açúcar e itens de higiene.

O governo espera uma queda dos preços para o consumidor da ordem de 9,25%. A presidente Dilma cobrou dos empresários.

“Nosso país tem de ter uma relação entre o governo e a sociedade de respeito. O governo desonerou a cesta. O governo acha que é fundamental reduzir o tributo. Agora, nós precisamos que essa consciência seja também dos empresários, dos senhores donos dos supermercados, dos produtores, para que de fato a desoneração seja algo que todo mundo ganhe”, declarou a presidente Dilma.

Nós conversamos com tributaristas que disseram que essa isenção de impostos dada pelo governo não vai chegar ao preço final do produto na mesma proporção. Isso porque, segundo eles, o sistema tributário brasileiro é muito complexo e a isenção que o governo deu foi sobre o produto, e não sobre a matéria-prima.

“O óleo de soja está na lista da renúncia, só que a soja que dá origem ao óleo não está na lista da renúncia. Quando o óleo de soja chega ao consumidor final, ele chega sem PIS/Cofins. Só que o governo já cobrou o PIS e Cofins sobre o grão, do agricultor. Essa cobrança de imposto acaba contaminando o preço da mercadoria lá na gôndola do supermercado”, explica o tributarista Clóvis Panzarini.

Apesar da redução de preços ainda não ter chegado ao consumidor, tanto o comércio quanto a indústria dizem que os cálculos estão sendo feitos para repassar a isenção dos impostos ao preço final.

“Os produtos desonerados, sejam nas carnes, bovinas, carne de aves, suínas, percebemos uma leve deflação. Os supermercados têm um poder grande de desonerar, porque éramos nós que pagávamos esses impostos. Eu tenho certeza que esses produtos vão ser os primeiros a ter redução nos preços”, opina Sussumu Honda, da Associação Brasileira dos Supermercados.

“A colaboração que a presidente pede está sendo dada com todo entusiasmo pelo setor da indústria de alimentos. Mas o consumidor não está vendo ainda. Vai ver”, concluiu Edmund Klotz, da Associação Brasileira da Indústria Alimentícia.

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