Verdão leva gol contra de goleiro, sofre virada do Sport e vira lanterna
A seis dias do centenário, o Palmeiras confirmou que dificilmente não estará na zona de rebaixamento enquanto comemorar seu aniversário. Nesta quarta-feira, a consequência da falta de planejamento e a montagem de um time com fragilidades técnicas teve até gol contra do goleiro Fábio, erro marcante na derrota de virada para o Sport, por 2 a 1, na Arena Pernambuco. E que colocou o time na última posição do Campeonato Brasileiro.
Sem Lúcio, suspenso, e Valdivia, mais uma vez machucado, o Verdão começou bem e abriu o placar com Henrique, aos 13. Mas Fábio tratou de inaugurar mais um mau resultado, desviando a bola contra suas próprias redes após cobrança de falta de Patric, aos 22. Dez minutos depois, o Verdão não conseguiu acompanhar o rebote após bate-rebate em sua área e Patric marcou um golaço, virando ainda no primeiro tempo.
Não adiantou Ricardo Gareca escalar quatro atacantes por quase todo o segundo tempo. Mais do que organização tática, o Palmeiras precisa de qualidade técnica. Não à toa, completa dez rodadas sem vitória no Brasileiro, torneio pelo qual ainda não venceu com o técnico argentino, e parou nos 14 pontos, protagonizando a pior campanha da competição.
O time tenta respirar em seu último jogo antes de o clube completar 100 anos, enfrentando o Coritiba às 21 horas (de Brasília) no sábado, no Pacaembu. Já o Sport, ainda próxima da faixa da tabela que dá vaga na Libertadores, atinge 25 pontos e encara o Fluminense às 16 horas de domingo, no Maracanã.
O jogo – Na Arena Pernambuco, Ricardo Gareca se manteve fiel à estrutura tática que tem adotado desde que chegou ao Palmeiras. As diferenças no seu 4-2-3-1 nesta quarta-feira eram Victorino, zagueiro que não participava de partida oficial desde setembro de 2012 e substituiu o suspenso Lúcio, e Wesley, volante improvisado como armador no lugar de Valdivia, mais uma vez machucado.
Nos primeiros minutos, nem foi necessária a tentativa de Wesley em se adaptar à função que sempre disse não gostar. O Verdão tinha passagem pelas laterais, principalmente com Mouche, e mesmo Marcelo Oliveira era capaz de acionar tanto o atacante quanto Allione, argentino que jogava pela direita.
Com essa disposição, explorando as costas da defesa do Sport, Victor Luis lançou para Mouche cruzar para Henrique, que só não abriu o placar aos quatro minutos por grande defesa de Magrão. Aos 13, Mouche foi para a direita e cruzou com precisão para Henrique dar um peixinho que Magrão espalmou para a trave, mas não pôde fazer nada no rebote que o centroavante aproveitou para colocar nas redes.
No minuto seguinte ao gol palmeirense, o Sport trocava Régis, machucado, por Ananias, ex-Verdão. A alternativa dava mais dinâmica à linha de três armada por Eduardo Baptista para levar a bola a Neto Baiano ou passar pelos lados com Felipe Azevedo e Erico Junior. A postura expunha a fragilidade defensiva dos visitantes, que iam dando chances cometendo faltas e sofrendo com a bola aérea pernambucana.
Aos 16 minutos, Fábio mostrou reflexo defendendo cabeçada de Rithely. Mas passou vergonha aos 22. Patric cobrou falta pela esquerda e o goleiro, na tentativa de afastar a bola com um soco, saiu mal e a deixou bater em seu braço esquerdo, a desviando contra suas próprias redes e empatando o jogo.
A nova falha de Fábio comprometeu os nervos do Palmeiras, que já não acertava mais nada. Aos 32, a pior consequência. Tobio foi incapaz de bloquear Ananias na grande área e Renato, ao tentar afastar, deu a bola para o Sport. No bate-rebate, Fábio parou Erico Junior e Marcelo Oliveira, na linha do gol, evitou o gol de Felipe Azevedo, mas, no desespero, ninguém viu o rebote parar em Patric, que marcou um golaço soltando a bomba de longe.
Ricardo Gareca colocava as mãos no rosto e respirava fundo, sem parar de andar, procurando alguma solução. Olhar para o campo só aumentava os seus nervos. Antes do intervalo, Fábio se redimiu com grande defesa em lance que Felipe Azevedo entrou livre na área e Neto Baiano ainda acertou a trave aproveitando bola que atravessou toda a pequena área.
O técnico voltou para o segundo tempo com Cristaldo no lugar do inútil Wesley, mas os confusos Victorino e Tobio. Os dois batiam cabeça e permitiram que o Sport passasse os oito primeiros minutos da etapa final no campo adversário. Aos sete, Fábio voltou a ajudar defendendo chute de Patric em lance no qual o lateral direito girou e deixou Victorino no chão como se o uruguaio nunca tivesse atuado profissionalmente.
Gareca lançou o time à frente logo aos oito minutos, com Diogo e Leandro nos lugares dos argentinos Mouche e Allione. A medida fez o Palmeiras jogar no campo do Sport, mas expos deficiências técnicas sempre que o time tentava entrar na grande área adversária, errando passes, dribles e domínios simples.
Eduardo Baptista tratou de encher seu meio-campo promovendo as estreias de Ibson e Diego Souza, mas nem era necessária tanta preocupação. O Palmeiras, mais uma vez, provou que se atrapalha sozinho dentro de campo e, por isso, continua na zona de rebaixamento.