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Crianças de 3 e 10 anos doam cabelo para mulheres com câncer em MT

ba69022831b49780501fb45298a04f12d7010198Tami Ariane Moya Uemura, de três anos de idade, e Raíssa Gabrielle de Almeida Santos, de dez, cortaram o cabelo e doaram as mechas para confecção de perucas para mulheres com câncer, assistidas pela Associação MTmamma – Amigos do Peito, em Cuiabá. O grupo de apoio foi criado há cinco anos, e dá assistência atualmente para 75 vítimas do câncer de mama, o que mais atinge as mulheres. A associação conta com 115 voluntários e depende de doações e parcerias.

Kellen Ariane Pereira Moya, mãe de Tami, conta que viu exemplos de doações na internet, e achou um bom motivo para cortar o cabelo da filha. “Quando eu vi pessoas fazendo isso, eu imaginei, se for pra cortar o cabelo dela, que seja então por uma causa. A gente às vezes se coloca um pouco no lugar, se fosse nossa filha e alguém pudesse fazer isso. É muito importante”, comentou a universitária. O pai da menina, Tomi Uemura relembra que antes de cortar, eles explicaram para ela que seria para doar para alguém que estava doente, e ela aceitou. O cabelo dela rendeu uma mecha de mais de 20 centímetros de comprimento.

A mãe de Tami contou ainda que se inspirou na foto de Andréia Palazo, uma advogada que sempre teve o cabelo longo, mas resolveu cortá-lo depois de ver o sofrimento de pessoas que perderam os fios. “Depois de eu ter perdido parentes devido a essa doença, eu soube que o MTmamma estava arrecadando cabelo para confeccionar perucas para as assistidas. Então eu resolvi cortar o meu e incentivar minhas colegas e amigas a fazer o mesmo”, destacou a advogada.

A atitude dela virou campanha nas redes sociais, intitulada de “Mechas de Amor”.  Andréia disse que se surpreendeu, e que já recebeu mais de 50 mechas. “A gente está pedindo o mínimo de 10 cm [de cabelo], o que é pouco. Temos o convênio com o salão de uma amiga minha que não está cobrando pelo corte. Mas a pessoa pode cortar em qualquer salão e levar a mecha até o Mtmamma, ou se não tiver tempo, pode ligar que eu busco na casa. Estou recolhendo as mechas para entregar para a associação”, explicou a voluntária.

A cabeleireira Vanessa Gonçalves de Oliveira, que resolveu ajudar e fazer os cortes sem cobrar, deu dicas para facilitar o corte. “A pessoa precisa vir com o cabelo limpo, porque eu preciso dele seco pra poder fazer o corte para doação. Não tem restrições”, disse a cabeleireira. Foi no salão de Vanessa que Raíssa, de 10 anos de idade, com incentivo da mãe, também resolveu cortar o cabelo para doação. “Faço isso para ajudar as crianças que precisam”, comenta a pequena.

Vera Alícia Aparecida Valéria, que é uma das 115 voluntárias da MTmamma, relata que a associação está em busca de parcerias para a confecção das perucas. “Nós temos muitas mechas de cabelo, mas estamos com essa carência da confecção. Hoje a autoestima delas está alta, elas podem vir aqui fazer o empréstimo em contrato de comodato, e em três meses elas devolvem, e podem pegar outra peruca. Nós estamos aqui para dar apoio, para dar uma chance de elas estarem com a autoestima mais elevada”, enfatizou Vera.

Conforme a associação, as perucas são caras, com valores a partir de R$ 460, o que dificulta a compra para muitas mulheres. Uma das assistidas que usam as perucas doadas é Adna de Souza Carmo, que descobriu o câncer de mama em 2012, e fez quimioterapia e radioterapia por seis meses.  “Com 14 dias eu já tive a queda do cabelo, e no meu caso, optei por raspar. Eu pedi para minha cabeleireira ir à minha casa. Ela chorava enquanto cortava e eu falava para ela que não precisava, que eu estava bem”, relembrou a contadora.

Adna voltou a fazer quimioterapia esse ano, e continua usando as perucas da MTmamma.  “Uso perucas de cabelo longo, curtinho, tem umas coloridas, loira, preta. Aqui na associação a gente vive de doações mesmo, é fundamental”, destacou a assistida.

Os interessados em ajudar podem procurar a sede da MTmamma, na Rua Amâncio Pedroso de Jesus Neto, no Bairro Jardim Petrópolis, na capital.

g1

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