Silval delata que ex-secretário e senador receberam propinas de empreiteiras em MT
Ex-governador nomeou secretário de infraestrutura por pressão de senador
O senador Wellington Fagundes (PR-MT) teria recebido propina do programa MT Integrado – uma política pública da gestão Silval Barbosa (PMDB) que previa a pavimentação das estradas estaduais. Os valores eram fixados em percentuais dos contratos mantidos com empresas que prestavam os serviços e eram repassados pelo ex-secretário de Estado de Pavimentação Urbana (Setpu-MT), Cinésio Nunes de Oliveira, que havia recebido autorização do ex-governador para os pagamentos ilícitos.
Ele foi nomeado na pasta por “pressão” de Fagundes. Também foi acusado pelo ex-governador de receber propina de grandes empreiteiras.
Silval apontou o senador republicano como intermediador para contratação de empresas levando vantagens indevidas. As informações constam de uma reportagem exibida no MTTV 2ª Edição desta quinta-feira (24), que trouxe informações sobre a delação premiada que o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) firmou com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A colaboração já foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e encontra-se sob segredo de justiça. De acordo com o ex-governador, o MT Integrado, lançado em 2013 ao custo de R$ 1,5 bilhão como o maior programa de infraestrutura no Estado, teria sido uma das grandes fontes de propina na sua gestão em razão de desvios que deveriam atender a mais de dois mil quilômtros de estradas estaduais.
A reportagem afirma que o próprio Fagundes indicou Cinésio para ocupar a Setpu-MT quando ele ainda era deputado federal. O atual senador teria pressionado Silval por propinas, fato que motivou o então chefe do executivo a indicar o ex-secretário.
No início de agosto, Wellington Fagundes já tinha sido citado pelo jornal paulista Folha de São Paulo que afirmou em reportagem que Silval Barbosa tinha entregado à PGR provas de que parlamentares tinham recebido propina durante a sua gestão em Mato Grosso. Além de Fagundes, o senador Cidinho Santos (PR-MT) também teria se beneficiado dos pagamentos ilícitos.
Questionado sobre as delações que envolvem seu nome, Fagundes disse que não teve acesso ao teor da colaboração premiada de Silval Barbosa e que todas as doações que recebeu para sua campanha foram autorizadas pela Justiça Eleitoral. As obras do MT Integrado não chegaram nem a 50% de conclusão.
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
A reportagem afirma também que o ex-governador repassou entre 3% e 4% de contratos oriundos do MT Integrado que somavam R$ 400 milhões a deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT). Os valores foram pagos aos parlamentares por Silvio Corrêa, ex-chefe de gabinete de Silval.
Cada um dos parlamentares teria recebido R$ 600 mil para não criarem “dificuldades” no Poder Legislativo sobre o programa. De acordo com o MT TV 1ª Edição, o ex-governador teria, inclusive, apresentado provas sobre os pagamentos à PGR e gravou entre “oito ou dez” deputados estaduais recebendo os valores ilícitos.
FolhaMax