Estudantes de Mato Grosso criam pesquisa e apresentam resultado no Peru
A estudante Deborah Diogo Guedes e a professora Laura Amorim viajaram quase quatro mil quilômetros, entre Barra do Bugres e Trujillo no Peru, para apresentar um aplicativo de celular desenvolvido com o objetivo de mapear o desperdício da merenda escolar. A participação das duas na 9ª Mostra Científica Latino-americana iniciada no dia 05, termina nesse sábado,10 de setembro.
O aplicativo foi criado a partir do projeto “Índices de Desperdício de Alimentos na Residência dos Alunos”, feito pelos estudantes Deborah e Davi Bezerra de Araújo com orientação da professora Laura, na Escola Estadual Alfredo José da Silva, de Barra do Bugres, situada a cerca de 165 quilômetros de Cuiabá.
Com a participação no evento, a equipe concorre a uma premiação que pode resultar em mais oportunidades científicas no cenário internacional. Porém, a professora Laura Amorim afirma que a experiência no exterior e o conhecimento de centenas de pesquisadores de outros países já representa uma grande recompensa.
Para a estudante Débora, a viagem tornou mais perceptível a importância do trabalho sobre a identificação e diminuição do desperdício. Durante a viagem, professora e estudante passaram por locais com escassez de alimentos, situação que ampliou o pensamento crítico das duas sobre a relação entre o desperdício e a fome.
“Os pesquisadores se surpreendem quando a Deborah apresenta o trabalho com o desperdício de alimentos. Refletimos como por vezes acreditamos que temos pouco, mas experiências como essa, nos lembraram que existe quem tem menos ainda. Essa é uma lição que ficará guardada”, relata a professora Laura Amorim.
App
A ferramenta possibilitará que os estudantes quantifiquem diariamente os alimentos jogados fora, e no final do mês possam ver o quanto e quais produtos desperdiçaram. Ele promete ser um meio para diminuir, ou até extinguir, o desperdício de alimentos.
O projeto foi ampliado com o convite de profissionais para ministrarem palestras de conscientização. Os jovens da Escola Estadual Alfredo José da Silva aprenderam, por exemplo, a diferença entre resto e sobra de comida.
A sobra é o que foi preparado e não foi servido, portanto, pode ser aproveitado porque não teve contato com a saliva. Enquanto que resto é o que fica no prato, não serve para ser reutilizado.
Com o trabalho de Deborah e Davi, algumas rotinas da escola foram modificadas. Além da diminuição do desperdício, o alimento que sobra nos pratos é separado como lixo orgânico e ganha a destinação correta.
Circuito de eventos
Nos últimos anos, Laura e os estudantes Davi e Deborah participaram de diversos eventos científicos para apresentar o aplicativo. Entre eles, a Feira Estadual de Ciência da Educação Básica de Mato Grosso (Feceb MT) de 2014, em Cuiabá.
Na oportunidade, se destacaram conquistando o primeiro lugar e, consequente, uma bolsa de estudo científico patrocinada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Era também a credencial que precisavam para participar da Feira Nacional de Ciência e Tecnologia (Febrace), que aconteceu em março de 2015, em São Paulo. Assim abriram caminhos para a Feira Internacional de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. O aplicativo também foi apresentado na Feira Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), no Rio Grande do Sul, em outubro de 2015.
Por Aline Coelho – Seduc/MT