“Veja” coloca Bezerra e Fagundes em “lista de corruptos”
Os deputados federais Carlos Bezerra (PMDB) e Wellington Fagundes (PR) são os únicos de Mato Grosso citados pela revista Veja como parlamentares envolvidos em escândalos de corrupção e com “passado enrolado”.
O levantamento, intitulado como “Rede de Escândalos”, foi feito com foco em políticos que voltam às urnas neste ano.
Bezerra tenta a reeleição e, no caso de Fagundes, o parlamentar concorre a única vaga do Senado.
Ambos estão relacionados ao “Escândalo das Sanguessugas”. O esquema foi descoberto pela Polícia Federal em maio de 2006, e envolveu 87 deputados e três senadores.
Segundo as investigações, os parlamentares apresentavam emendas ao orçamento da União, solicitando a compra de ambulâncias para as suas regiões, em troca de propina paga pela empresa Planam, de Darci e Luiz Antonio Vedoin, que vendiam os carros a preços superfaturados.
Tudo era possível com a ajuda de servidores do Ministério da Saúde, que autorizavam a liberação de verbas.
Segundo a revista, Bezerra e sua esposa, Teté Bezerra (PMDB) – atualmente, candidata a vice-governadora na chapa do candidato ao Governo, Lúdio Cabral (PT) – fizeram acordo para receber R$ 100 mil, com o compromisso de favorecer a Planam com emendas parlamentares.
“Em uma planilha apreendida pela Polícia Federa, estão lançados pagamentos a um então assessor de Teté, no total de 84.000 reais”, diz trecho da publicação.
Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi aberta no Congresso Nacional, mas Teté foi “poupada”.
Em 2006 e 2007, o Ministério Público denunciou o casal por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
De acordo com Veja, o caso de Teté, desde sua diplomação como deputada estadual, corre no Tribunal Regional Federal (TRE).
No caso de Bezerra, a denúncia foi rejeitada em 2009 pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele é réu, no entanto, de outra ação penal no Supremo, em que é acusado pelo Ministério Público Federal de peculato e crimes previstos na lei de licitações por, à frente do INSS, que presidiu, desviar mais de R$ 100 milhões.
Fagundes
O deputado federal Wellington Fagundes (PR), segundo a “Rede de Escândalos”, teria recebido uma propina de R$ 100 mil.
O parlamentar negou envolvimento e foi um dos cinco a se reeleger em 2006.
A revista Veja lembra, porém, que o candidato, à época, declarou ter gasto R$ 805 mil na campanha, enquanto seu patrimônio declarado era de R$ 681.248.
À publicação, o parlamentar justificou que havia declarado os mesmos bens de 15 anos atrás. “Declarei meus bens com valores de 15 anos atrás para não pagar imposto. A lei permite”, disse.
Em 2007, a Justiça de Mato Grosso rejeitou ação de improbidade administrativa contra Fagundes, que voltou a se eleger deputado em 2010.
Segundo a Veja, no Supremo, o parlamentar ainda é alvo de inquérito que apura peculato. O caso corre sob sigilo.
Figuras emblemáticas
Além dos parlamentares citados, nomes de Mato Grosso que atualmente não têm cargos eletivos aparecem na lista do “Escândalo das Sanguessugas”.
São eles: Antero Paes de Barros, hoje marqueteiro da campanha ao Governo de Pedro Taques (PDT); a ex-deputada federal Celcita Pinheiro (PFL) e o ex-deputado federal Pedro Henry (PP).
Henry cumpre pena no regime semiaberto em Cuiabá, porém, devido ao Escândalo do Mensalão petista.
O ex-parlamentar foi condenado a sete anos e dois meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Também aparecem em outros esquemas de corrupção figuras emblemáticas como o ex-presidente Fernando Collor de Melo, o ex-governador de São Paulo, Paulo Maluf, e até atual presidente da República, Dilma Rousseff (PT).
Midia News