Cielo desiste de disputar 50 m livre e abandona o Mundial de natação
O Brasil perdeu seu principal representante no Mundial de esportes aquáticos disputado em Kazan, na Rússia. O nadador Cesar Cielo desistiu de defender seu título nos 50 m livre e abandonou a competição. A informação foi confirmada pela Confederação Brasileira de Esportes Aquáticos (CBDA), que afirmou que uma lesão no ombro foi a culpada pela saída do atleta.
“Essa lesão foi evoluindo à medida que ele nadava. Ontem tivemos 24 horas de repouso e pudemos observar melhor a evolução da lesão. Optamos em fazer um ultrassom do ombro que mostrou que o processo inflamatório era maior e um pouquinho mais avançado do que a gente imaginava, acrescentando outros diagnósticos à hipótese inicial médica”, afirmou o médico da delegação brasileira, Gustavo Magliocca.
“Considerando o estado físico dele, o pouco tempo que tínhamos aqui e, principalmente, o foco nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, optamos pelo corte neste momento para preservá-lo e iniciar o mais rápido possível a reabilitação desse ombro”, completou.
Com lesão no ombro, Cesar Cielo desistiu de disputar os 50 m livre no Mundial
Campeão olímpico da prova em Pequim-2008, Cielo buscava o tetracampeonato mundial nos 50 m livre. O brasileiro conquistou a medalha de ouro nas edições de 2009, 2011 e 2013. Sem seu principal representante, o país será representado por Bruno Fratus na prova.
Na outra prova que disputou na Rússia, Cielo foi apenas o sexto colocado na disputa dos 50 m borboleta, na última segunda-feira (03). Na ocasião, o próprio nadador admitiu não viver um bom momento, reclamou do frio de Kazan e revelou ter competido com uma inflamação no ombro esquerdo. Por isso, vinha sendo submetido a sessões de fisioterapia e tratamento intensivo na vila dos atletas.
“Mais do que perder a prova, eu não fiz o que eu sei fazer. Para ser sincero, eu ontem [domingo] saí com a sensação de que não ia pegar nem a semifinal. Depois, saí com a sensação de que não ia nem pegar a final. De algum jeito, eu ainda entrei. Estou com 70% ou 80% da minha capacidade. Para mim agora é um ‘já foi’. Não tem como voltar no tempo, e para ser sincero não tem muita lição por trás disso a não ser ver que foi aqui e não no Rio de Janeiro”, comentou Cielo após a disputa.
“É como Fórmula 1: a gente não acertou o carro para agora. A gente errou a mecânica. Então, é tentar corrigir alguns detalhes para o ano que vem. Para agora, acertar um parafuso ou outro que tiver para apertar, mas no geral o carro vai ser o mesmo”, completou.
Principalmente porque o problema não é apenas o desempenho pessoal. Cielo vem sendo pressionado pela evolução de Florent Manaudou, francês que venceu os 50m livre em Londres-2012. Em Kazan, também foi do gaulês a medalha de ouro nos 50m borboleta.
A perspectiva pessimista de Cielo antes da desistência reflete algo muito mais relevante: o brasileiro não está confiante no trabalho que tem feito. Ele iniciou o ano com um 23s28, que na época era a melhor marca do mundo nos 50m borboleta, mas evoluiu pouco depois disso. O brasileiro fez 23s21 na prova decisiva de Kazan, e o líder Florent Manaudou fechou o percurso em 22s97.
UOL